domingo, 25 de outubro de 2009













Coração metálico

Voltei para o mar e era dia.
A paz da manhã parecia me escutar...
Não havia lágrimas desta vez,
nem um coração aos pulos.
Tudo aqui é tão perfeito...
Vejo os prédios de longe
e até o Cristo tenta me abraçar.
É só um quadro,
de perto, está cheio de borrões.
Sou maquiada
unhas pintadas
o dever de manter
aparências.
Monólogo meu...
ficarei acanhada em dizer
retenho à memória
umas palavras
e elas logo se soltam
e me voam entrecortadas...
Cabeça nas nuvens
pés no chão.
Coração metálico
meu gesto mecânico, contido
insistindo em pulsar...


16/09/2002 Reformulado 25/10/2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Versos teus, versos meus.


Crescer com a virtude de não ser
E ser a virtude do que permanece.
Lutar com armas limpas e claras
E forjar a luz de cada amanhecer.
Cantar musas em versos e prosas
Celebrar a confusão de prosódias
E a lucidez da loucura de cada dia. (Fabiano Silmes)

Sem decorar sextilhas e redondilhas
Andei sem rumos. Quebrei os pactos.
E se me compactuava as normas e as métricas,
dantes as pretendias
desde o verso inicial em parceria.
Mas não sou poeta que segui à risca
aquilo que regula meus princípios. Minha arte.
Sou poeta! Com armas limpas e claras.
Atiro meus versos com essa tinta que se esgota.
E a lucidez da loucura de cada dia se finda. (Andréa de Azevedo)