Eu queria sim, poder matar meus fantasmas um a um.
Mas, eles ressurgem das sombras, puxam meus pés
quando apago a luz e faço da minha alma o escuro.
Eu queria sim, não confundir aquele perfume
entre tantos outros.
Vinho sorvido em goles amargos
me apego naqueles olhos tristes de menino
sem poder enxergar o modo traiçoeiro
que se esconde lá no fundo.
Meu sonho era ser inatingível.
Vestir uma armadura pesada, pra se fazer de forte.
Criar escudos para me defender do desatino,
que por dever, devo eu enterrar.
Me arrasto pra perto de cada indício que te traz...
É como uma droga, uma dependência barata ...
te fazer como algo intocável.
Voltar a fita por muitas vezes naquele beijo ...
parar o tempo em intimidades profundas,
pra depois cair a ficha que nada disso te teve
a menor importância.
Tombo mais alto esse...
te vê acenando como se embarcasse numa viagem sem volta.
Porque eu era a saída e não a solução. A medida paliativa
da terceira pessoa.
Perder o que mais prezava...perdi.
Daqui segue um olhar distante e assiste ao
descompasso de seu caminho.