que não dou uma nota.
Faz tanto tempo que... o tempo,
se encarregou de dizer sozinho.
Faz tanto tempo...
Meu sorriso a meio boca
e as palavras como ondas
em bruta ressaca...
e as palavras como ondas
em brandos afetos...
ah...elas pedem seus momentos.
Um aceno entre as vidraças...
De quando em quando,
se assistem os caminhos e por vezes,
passamos sem darmos conta.
Faz tempo que não dou uma nota.
Um cantar uníssono,
ando desafinando pela vida...
Se esperam de mim?
Pareço que não caibo nessa vida.
Pareço que não caibo no poema
Dá licença, Ferreira Gular!
Dá licença, Drummond de Andrade!
Estou cheia de tanta filosofia e dinheiro parco.
E pra não passar em branco é que eu dou essa nota,
nas margens de um livro que ainda não foi escrito.