A alma como uma gaveta: fechada ou aberta e casualmente vasculhada...
domingo, 25 de outubro de 2009
Coração metálico
Voltei para o mar e era dia. A paz da manhã parecia me escutar... Não havia lágrimas desta vez, nem um coração aos pulos. Tudo aqui é tão perfeito... Vejo os prédios de longe e até o Cristo tenta me abraçar. É só um quadro, de perto, está cheio de borrões. Sou maquiada unhas pintadas o dever de manter aparências. Monólogo meu... ficarei acanhada em dizer retenho à memória umas palavras e elas logo se soltam e me voam entrecortadas... Cabeça nas nuvens pés no chão. Coração metálico meu gesto mecânico, contido insistindo em pulsar...
Crescer com a virtude de não ser E ser a virtude do que permanece. Lutar com armas limpas e claras E forjar a luz de cada amanhecer. Cantar musas em versos e prosas Celebrar a confusão de prosódias E a lucidez da loucura de cada dia.(Fabiano Silmes)
Sem decorar sextilhas e redondilhas Andei sem rumos. Quebrei os pactos. E se me compactuava as normas e as métricas, dantes as pretendias desde o verso inicial em parceria. Mas não sou poeta que segui à risca aquilo que regula meus princípios. Minha arte. Sou poeta! Com armas limpas e claras. Atiro meus versos com essa tinta que se esgota. E a lucidez da loucura de cada dia se finda. (Andréa de Azevedo)