Coração metálico
Voltei para o mar e era dia.
A paz da manhã parecia me escutar...
Não havia lágrimas desta vez,
nem um coração aos pulos.
Tudo aqui é tão perfeito...
Vejo os prédios de longe
e até o Cristo tenta me abraçar.
É só um quadro,
de perto, está cheio de borrões.
Sou maquiada
unhas pintadas
o dever de manter
aparências.
Monólogo meu...
ficarei acanhada em dizer
retenho à memória
umas palavras
e elas logo se soltam
e me voam entrecortadas...
Cabeça nas nuvens
pés no chão.
Coração metálico
meu gesto mecânico, contido
insistindo em pulsar...
16/09/2002 Reformulado 25/10/2009
Crescer com a virtude de não serE ser a virtude do que permanece.Lutar com armas limpas e clarasE forjar a luz de cada amanhecer. Cantar musas em versos e prosasCelebrar a confusão de prosódiasE a lucidez da loucura de cada dia. (Fabiano Silmes) Sem decorar sextilhas e redondilhasAndei sem rumos. Quebrei os pactos. E se me compactuava as normas e as métricas,dantes as pretendiasdesde o verso inicial em parceria.Mas não sou poeta que segui à riscaaquilo que regula meus princípios. Minha arte.Sou poeta! Com armas limpas e claras.Atiro meus versos com essa tinta que se esgota.E a lucidez da loucura de cada dia se finda. (Andréa de Azevedo)