quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Minha visão de longe...



Precisei ficar de longe para ver o quanto temi que a escrita fosse dissolvida, dissipada no caminho da vida. Logo, eu...essa pessoa movida às emoções. Nos meus instantes...foge de mim aquele meu velho sonho de menina, viver de poesia...uma pena que voa lentamente até chegar ao seu destino.
Não sei se dormi um sono profundo, de estagnação ou se os desencontros me enfadaram...Tudo que sei é que... já a algum tempo, parei de tocar minha flauta melodiosa dentro desse quadro digital.
Ando me esquivando da arte? Ou a arte tirou férias de mim?
Sinto-me adormecida como aquelas plantinhas dormideiras, que só de encostar fecham.
Sim, reconheço que fechei minhas gavetas d'alma por um período de reflexão. Um minuto de silêncio talvez, igual nas partidas de futebol quando morre uma sumidade esportiva. Sei que o jogo continua para mim, o tempo e a escrita confrontam.
O desengavetados ainda existe, mas é que tenho demorado a abrir minhas gavetas. Existe um momento da alma fechada e por que não? Acredito que os que se escrevem ou intentam umas palavras sabem do que estou falando...a expressão resguardada. Meu tempo interno se estende... de amor, de leituras, de sol que volta a brilhar, até no inverno. Quem sabe se não é essa a fonte que tenho que beber e me banhar para o retomar da escrita.
Não faz tanto tempo assim, recebi uma queixa de um leitor.."Ei, Andréa! Cadê a sua frequência aqui? Foi como se tivessem colocado uma arma na minha cara. Sinto pela espera, meu caro. Em contrapartida, queria que soubesse que, a espera também mora em mim.
Tenho que confessar uma coisa: o questionamento do que sou, tem me apontado. Então, passei a refletir se sou mesmo uma fraude, se escrevo ou faço divagações...É certo que já houve um tempo em que me sentia escritora, embora meu anonimato falasse mais alto no canto do ouvido.
Eu também pensei que fosse violonista, acho que sou. Mas sou daquelas que, às vezes sente o acorde pela metade, porque o dedo não quis suportar o alcance devido.
Alcance devido. Quem nunca sentiu o alcance devido demorar? Este pode custar anos...É um alcance de ouvido também. Uma espera  longa. Tão longa quanto um tempo de retorno, o se escrever de volta.
Requer uns pensamentos.
Acertar o compasso, me fez retornar, essa é a minha justificativa. Não tão convincente mas honesta com alguns leitores que me restaram.
Acreditem, por acaso senti que a visão de longe me ensinaria. 
Temos tanto a aprender, quero me permitir.

Andréa de Azevedo, escreve com saudades...

4 comentários:

Paulo Rogério disse...

É importante esse tempo que a gente de quando em vez se permite!
Que a poesia continue vivendo em você, antes de mais nada!
Com saudades igualmente:
Paulo.

Desengavetados disse...

Puxa, menino como vc é rápido eihn...pena te ficado de longe. Acho que a minha candeia de versos está se acendendo novamente...Palpite.
Abraços!

Batom e poesias disse...

As vezes nos enturmamos com as minhocas, mas acho que você é mais passarinho ou borboleta...

Que bom que voltou, amadica.
Sei bem o que é isso que passou e passará outras vezes. Vale sossegar, tomar fôlego e continuar...
Até porque, é a poesia que nos escolhe. Não pense que é o contrário.

Bjs
Rossana

•••GusTØ VIBE••• disse...

Se você não é escritora, Deus lhe permitiu a beleza de ser uma grande poetisa. E uma bela poetisa não precisa de explicações pelo seu “engavetamento.”
Nós podemos sim viver de poesia, viver com o coração, vivenciar o amor na escrita!
Portanto, volte à flauta melodiosa! Porque daqui do outro lado do quadro digital estamos na expectativa de mais um novo desengavetar.

“Tão longa quanto um tempo de retorno, o se escrever de volta.”.
“Requer uns pensamentos.”
Quando leio seus poemas e pensamentos o tempo não pára, e o mundo gira. Se ficarmos um pouco tonto, é por que rodamos com ele sem direção! Mas com poesia, rodamos com perfeição.

Abraços Andréa!