_Querer-te assim? é ...indecisão, é dura caminhada de pés descalços... (uma voz). Apelos de uma alma em ardor, dum abrasamento diante do que reluz.
Sei que não me faço compreender, vejo de perto minha angustia, minha náusea ao teimar em dizer uns instantes o que quero escrever... (essa sou eu ) . Ouço as vozes da consciência elas berram,cochicham...
Dos mundos que me cercam, grandes apelos murmuram...eu ouço as vozes, tento decifrar. As vozes? Bem, talvez entenda, deve ouvi-las também. Tem dias que elas brigam umas com as outras e estou no meio delas.
As vozes, as vozes são minhas se me passarem pelos lábios e por vezes emitirem esses sons...tenho meu tempo interno em educá-las ou somente aguardar em breve meditações...Mas as vozes, elas às vezes não são de nada, se eu lhe dou ouvidos, caio na tentação em dizer o que não deveria.
Danem-se então essas vozes caducas presas à memória!
_ Vai, vai a festa hoje, coloque o melhor vestido. E não deixe de se maquiar, apague esse rosto angelical! (outra voz)
_ Não. E a prova que irá fazer? Precisa estudar! Volte agora mesmo para casa, não dê mais um passo! ( e mais uma voz).
_ Está perdendo a vida! Quer ficar sem saber o que é encontrá-lo de novo? (outra voz).
Me vejo nessa situação, (essa sou eu). Sem poder com essas vozes. Vão todas para o inferno! E me deixe em paz!
Se as ordeno que parem, eu fico sem saber como vou pensar...
As vozes mais difíceis de coordenar e de dá ouvidos, são as impreguinadas de emoção. Estas não querem sair e serem pronunciadas, pois o momento é de tal importância, que elas se perdem. Esses tipos de vozes me pregam cada peça...ordenam de imediato o que devo fazer...e o que devo falar e acabo obedecendo, mesmo que ainda venha me machucar (e essa sou eu) por culpa do coração.
Vozes que são minhas, vozes que não são...eu julgo as suas investidas, tomo posição com elas e diante delas. O melhor a fazer, é sentir essas vibrações que querem a todo custo percorrer a laringe. Assim ei de compor meu riso, meu canto, meu choro. Ei também de me enfurecer, ei de amar e desamar.
Ei de guardá-las, ei de dizê-las inevitavelmente, umas palavras...